Sem palavras, apenas chocante:
Mentalidades difíceis de compreender á luz da nossa vivência.
No jornal este fim de semana li esta notícia: “Um procurador do Ministério Público de Castro Daire considerava que duas estaladas dadas por um catequista a um menor de 13 anos, que o puseram a sangrar dada a violência do acto, não eram crime e integravam-se no “poder-dever de correcção” que é conferido a quem ministra a catequese.”
“A procuradora do Ministério Público que ficou encarregada do inquérito afirmou depois que não tinha sido cometido qualquer crime de agressão. Argumentava que as estaladas haviam sido dadas no exercício de um direito, o que era causa de exclusão da ilicitude.
A Relação do Porto, num acórdão extenso onde até se questiona a legitimidade de um castigo corporal dado pelos próprios pais, teve uma posição diferente. Tal como, aliás, já tivera o juiz de primeira instância, que decidira pronunciar o arguido contra o desejo do Ministério Público. “Considero não existir qualquer direito de castigo corporal por parte dos catequistas que possa ser invocado, ... num despacho onde acusava o catequista, do crime de ofensas corporais simples.”
Um caso curioso que podem ler aqui e que me deixa sempre perplexo... Segundo consta o catequista deu duas estaladas para manter a ordem , num acampamento, ao ponto de por a sangrar o jovem?!... Ao ser verdade foi um acto de violência inadmissível, ponto final! Mas como não confio a 100% nos jornais, apraz-me esta questão: será que houve mesmo sangue? Violência no acto?... Quem nunca acampou ou esteve com um grupo de jovens adolescentes, no auge das hormonas e onde um ou dois mais “espertalhões” gostam de semear a confusão deixando o monitor do grupo de cabeça virada, terá dificuldades em entender o que é gerir um grupo assim durante a noite, longe da casa dos Pais...
É óbvio que não é com violência que se resolve, seja o que for, muito menos um encontro onde a obrigação do catequista é ser testemunha do amor de Jesus... Mas as nossas catequeses, por vezes, são frequentadas por jovens que não buscam Jesus, e apenas a boa vontade do catequista não é formação suficiente para gerir essas rebeldias inerentes á idade.
Quantas as vezes um simples chamar de atenção aos meninos, não desperta nos progenitores uma sede desforra sobre o responsável? Quantos professores não são ameaçados pelos pais?....
Como Pai de um adolescente e como catequista de adolescentes que sou, reconheço a grande dificuldade em educar nestas idades, mesmo com formação e ponderação. Mas à chapada é que não... Só com paciência e amor infinito de Jesus.
Boa semana!